Strip Tempo

Dez solos em formato de stripteases, que revelam não apenas corpos, mas também o resumo estético e erótico do trajeto de dez criadores contemporâneos da Bahia. Este é “Strip Tempo – stripteases contemporâneos”, espetáculo estreado em 2018. Com direção do encenador, coreógrafo e realizador audiovisual Jorge Alencar, a obra acessa cenas, figurinos, trilhas sonoras e outros componentes estéticos utilizados na carreira dos artistas, desnudando suas inquietações enquanto se despem diante do público.

A montagem tem dois volumes. No primeiro, estão a dançarina e performer Isaura Tupiniquim, a bailarina e performer Jaqueline Elesbão, o performer e músico Leonardo França, o ator e dançarino Neto Machado e a drag queen Rainha Loulou. No segundo, os intérpretes são o bailarino e pilateiro Douglas Gibran, o ator e dançarino Fábio Osório Monteiro, o dançarino e ciclista João Rafael Neto, o dançarino Jorge Oliveira e a cantora e atriz Lia Lordelo.

“Strip Tempo” articula dança e memória, uma vez que toma como matéria de criação obras pré-existentes, produzidas ao longo dos últimos anos, fazendo deste repertório o motor de um novo trabalho artístico. Assim, cria visibilidade tanto para uma geração de criadores da cena baiana como para um dado contexto temporal e geográfico, constituído de produções singulares e heterogêneas.

O diretor Jorge Alencar ressalta o desejo de conectar arte contemporânea às ditas “artes da noite”: arte drag, striptease, burlesco etc. “Em um momento histórico no qual o corpo nu nas artes volta a ser atacado por setores conservadores e fundamentalistas da sociedade brasileira, é um ato extremamente político celebrá-lo e trazê-lo à cena”, opina Jorge.

Ao revelar zonas normalmente ocultas do corpo, o striptease (do inglês strip, desnudar; e tease, provocar) é um gênero tão popular quanto marginal, presente das casas noturnas aos clássicos do cinema e até na TV brasileira, a exemplo de Rita Hayworth em “Gilda”; de Kim Basinger em “Nove Semanas e Meia de Amor”; e do Clube das Mulheres da telenovela “De Corpo e Alma”, escrita por Glória Perez. “Strip Tempo” vem propor outras formas e significados a esse famoso gênero, nos dias atuais.

VERSÃO AUDIOVISUAL – Durante a pandemia da Covid-19, foi produzida a obra cênica audiovisual “Web-Strips”, estreada em 2021, com seis artistas, em vídeos-performances gravados na intimidade de suas casas. A série, com direção de Jorge Alencar e codireção de Larissa Lacerda e Neto Machado, reúne Fábio Osório Monteiro, Jaqueline Elesbão, João Rafael Neto, Jorge Oliveira, Lia Lordelo e Neto Machado.

STRIP TEMPO – STRIPTEASES CONTEMPORÂNEOS
Direção e criação: Jorge Alencar
Diretor assistente: Neto Machado
Assistência de direção: Marina Martinelli
Criação e performance:
Douglas Gibran, Fábio Osório Monteiro, Isaura Tupiniquim, Jaqueline Elesbão, João Rafael Neto, Jorge Oliveira, Leonardo França, Lia Lordelo, Neto Machado e Rainha Loulou
Concepção de luz e edição de trilha sonora: Moisés Victório
Temas musicais originais: Leonardo França e Moisés Victório
Operação de luz: Moisés Victório e Larissa Lacerda
Identidade visual e direção de arte: TANTO – criações compartilhadas (Daniel Sabóia, Fábio Steque e Patricia Almeida)
Supervisão de figurino: Neto Machado
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 75 minutos cada volume
Produção: Dimenti Produções Culturais

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