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A terceira edição da D!MENTi News traz notícias dos atuais movimentos – nacionais e internacionais – da “Biblioteca de Dança”, trabalho criado pelos coreógrafos Jorge Alencar e Neto Machado junto a uma série de artistas do corpo. Desde a sua estreia, em 2017, a “Biblioteca de Dança” vem perguntando: o que pode o encontro com uma obra de arte na vida de alguém? Como historiografar as artes da cena indo além de uma única “história oficial”? Como coreografar encontros e escutas?
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A “Biblioteca de Dança” é uma instalação coreográfica em que artistas ocupam bibliotecas e, ao redor das mesas, compartilham com o público memórias de coreografias às quais assistiram e marcaram suas vidas. Cada artista participante é como um livro vivo que está disponível por algumas horas, possibilitando que o público acesse suas diferentes cenas-capítulos, contações de história dançantes ligadas a peças de dança e situações coreográficas de autorias diversas.
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A “Biblioteca de Dança” é uma coleção aberta: novas artistas-volumes ingressam continuamente com suas histórias e danças, gerando um arquivo vivo como uma situação temporária que reúne ficção, história, teoria, poesia e encontros.
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Durante as horas de apresentação, visitantes de todas as idades podem chegar à hora que quiser, permanecer por quanto tempo desejar e escolher quais livros vivos folhear, como em uma ida cotidiana à biblioteca: mexer nos volumes das estantes, se interessar por um ou outro, ler uma obra por inteiro ou passar por várias. Com palavras, gestos, movimentos e outros recursos, o trabalho põe em relevo a capacidade de criações artísticas atravessarem a vida de alguém, criando um circuito de afetos.
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ASSISTA AQUI! Vídeo mostra como funciona a “Biblioteca de Dança” |
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Na “Biblioteca de Dança”, corpo e literatura se cruzam na prática de contação de histórias. Em setembro, a obra vai estar na programação de dois projetos literários do Sesc dos estados de Goiás e Espírito Santo, sempre com entrada gratuita e nas bibliotecas das unidades.
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Nestas apresentações, o elenco será composto por Laremi Paixão, Larissa Lacerda, Luana Bezerra, Micheline Torres, Ruan Wills e os próprios diretores Jorge Alencar e Neto Machado.
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GOIÁS |
Sesc Anápolis: 15/set (dom), 16h às 19h
Sesc Campinas (Goiânia): 16/set (seg), 10h às 13h
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A “Biblioteca de Dança” estará no Circuito Literário Sesc 2024, uma programação de literatura do Sesc Goiás que está em sua segunda edição, neste ano homenageando o escritor Miguel Jorge. De 13 a 21 de setembro, acontecem cerca de 70 ações, entre oficinas, apresentações e debates, em parceria com a União Brasileira de Escritores (UBE) e a Academia Goiana de Letras (AGL).
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ESPÍRITO SANTO |
Sesc Glória (Vitória): 21/set (sáb), 14h às 17h
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Na cidade de Vitória, a “Biblioteca de Dança” integra o “Vivências em Literatura”, um projeto voltado para ações formativas e de fruição literária, abrangendo amplo espectro de interessados em literatura, tornando o Centro Cultural Sesc Glória um espaço de leitura, escrita e difusão acessível e democrático.
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JORGE ALENCAR
Envolve-se com dança, teatro, audiovisual, curadoria, escrita e formação. Doutorando com pesquisa sobre ética e composição coreográfica, em conexão com a “Biblioteca de Dança”, realizada entre o Brasil (UFBA) e a Alemanha (JLU Giessen).
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LAREMI PAIXÃO
Curitibana, mamãe de Omiyo e Dayo. Artista da dança que deseja com o movimento do corpo reafirmar e relembrar as vivências que partem de uma memória ancestral. Produtora audiovisual.
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LARISSA LACERDA
Artista, lésbica, atua como criadora audiovisual, diretora, iluminadora, atriz e cantora. Mestra em Artes Cênicas, se interessa por processos de criação. Doutoranda em Artes Cênicas, vem pesquisando lesbianidades na cena.
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LUANA BEZERRA
É cria do Complexo da Maré-RJ. Artista, pesquisadora, elabora suas práticas a partir da dança, performance e se dedica à construção de narrativas ligadas à interseccionalidade, decolonialidade e coletividades.
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MICHELINE TORRES
Trabalha entre dança contemporânea, performance e artes visuais. É terapeuta e instrutora master Thetahealing®, além de mentora de lideranças femininas e Linkedin TopVoice.
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NETO MACHADO
Artista que movimenta temas como memória, infância, cultura pop e psicanálise. Mestre em Artes Cênicas e pós-graduado em Psicanálise, Cultura e Sociedade, Neto trabalha em colaboração com diversos contextos brasileiros e internacionais.
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RUAN WILLS
Carioca filho de dois soteropolitanos e caçula. Assim como a história de vida de sua mãe e dos seus, é um multiartista vivendo a ginga das múltiplas formas de se mover e mover o mundo em pesquisas afrodiaspóricas.
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Entre 22 e 24 de novembro, a “Dance Library” (título da “Biblioteca de Dança” na gringa!) vai participar do “Ōtautahi Tiny Performance Festival”, na Nova Zelândia! Em atividade desde 2019, o festival se organiza como uma plataforma para celebrar as diferenças na cidade de Ōtautahi Christchurch, proporcionando arte que navega na interface do real e radical. Em 2024, convida a desafiar as noções da prática de movimento, oralidade, corporalidade e conhecimento. Em parceria com Tūranga, Biblioteca Central da Cidade de Christchurch, a “Dance Library” vai levar para o outro lado do oceano a nossa equipe Dimentiana – Ellen Mello, Jorge Alencar, Larissa Lacerda e Neto Machado –, que trabalhará com artistas locais que vão compor o elenco.
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Nas palavras da diretora do festival neozelandês, Janaína Moraes, “As bibliotecas são locais de encontro, locais onde as pessoas se reúnem, coletiva ou individualmente, com livros e imaginação – navegando, pesquisando, lendo, sentando, arquivando, pedindo emprestado e devolvendo. A performance é um momento de encontro, que expõe os limites da nossa capacidade de desejar, sonhar, aprender, re-imaginar, encantar e representar. Pessoas são arquivos de conhecimento incorporado. Trazer um festival de performance para o espaço da biblioteca é celebrar a convergência entre o conservado e o perdido, o arquivado e o não arquivado, o ordenado e o desordenado; o permanente e o efêmero; o escrito, o oral e o corporal”.
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Jorge Alencar e Neto Machado iniciaram a criação da “Biblioteca de Dança” em três residências artísticas internacionais: Akademie Schloss Solitude (Stuttgart – Alemanha), #StationONE – Service for Contemporary Dance (Belgrado – Sérvia) e Graner – Centro de Creación Del Cuerpo y el Movimiento (Barcelona – Espanha), com apoio da Fundação Nacional de Artes (Funarte).
Sabe-se lá onde exatamente nasceu essa “Biblioteca”, mas vamos às pistas.
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Numa das versões, a “Biblioteca de Dança” surge na cozinha de um castelo barroco alemão onde Jorge e Neto moraram temporariamente. Como de praxe, Neto contava a Jorge uma peça de dança a que havia assistido, descrevendo cenas, reencenando movimentos, comentando e criando associações. Um jeito frequente de ele organizar na memória do corpo o encontro com trabalhos de dança como espectador. Detalhe: Jorge também tinha assistido àquela dança, ao lado de Neto, mas, ao lhe escutar, percebia que a obra que ele contava era, de certos modos, diferente da obra como ele tinha assistido. Jorge, então, propôs: vamos levar essa prática para além da cozinha?
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A “Biblioteca” nasceu também do contato com obras coreográficas que consideramos ancestrais do trabalho, como: “3 Solos em 1 Tempo” (2008), da artista Denise Stutz; “Time has fallen asleep in the afternoon sunshine” (2010), de Mette Edvardsen; “O Museu Invisível” (2013), por Ben Evans e Luis Miguel Felix; o projeto “The Market for Useful Knowledge and non-knowledge” (2004), por Hanna Hurtizig; e “Retrospectiva” (2012), por Xavier Le Roy, entre outras. A obra também dialoga com práticas orais/corporais advindas das cosmogonias afrodiaspóricas tão presentes na Bahia.
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A “Biblioteca de Dança” já circulou por diversas cidades do Brasil, passando por eventos e espaços como a Bienal Sesc de Dança (Campinas/SP), Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – FIAC Bahia, Jornada de Dança da Bahia e Festival Maré de Março (Salvador/BA), Centro de Dança do Distrito Federal (Brasília/DF), Sesc Pompeia e Sesc Avenida Paulista (São Paulo/SP), além de diversas unidades do Sesc do Rio de Janeiro, Quinta Semana da Dança da UFSC (Florianópolis/SC), Festival Brasileiro de Teatro Toni Cunha (Itajaí/SC) e FIT Rio Preto – Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (SP). Em 2019, foi realizada na cidade de Stuttgart (Alemanha), como parte do projeto “Das Festival”, da dupla Herbordt/Mohren.
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Em 2022, recebeu uma adaptação audiovisual em formato de série chamada “Deixa Eu te Contar”, em parceria com o festival PARALELA plataforma de arte (Uberlândia/MG). Em 2022 e 2024, se apresentou em Curitiba (PR), em parceria com o projeto do 20MINUTOS.MOV e Expressão Criação e Produção Cultural, e, em 2023, fez temporadas em Salvador e Jequié, na Bahia, em projeto apoiado pela Bahiagás.
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Quando tudo se transformou com a Covid-19, a “Biblioteca de Dança” chegou a pessoas de todo o canto em novas configurações: em lives, em vídeos, em podcast. Em 2020, foi apresentada em uma transmissão online pelo projeto #EmCasaComSesc do Sesc Ao Vivo. Já em 2021, uma produção em vídeo, com 10 volumes, foi lançada pelo Sesc Avenida Paulista, da cidade de São Paulo, em suas redes sociais, alcançando uma audiência de 30 mil pessoas. Naquele ano também foram feitas diversas apresentações ao vivo pela internet.
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ASSISTA AQUI: “Biblioteca de Dança” Online |
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Na esteira do contato à distância, em 2021 a “Biblioteca de Dança” ganhou corpo em mais um formato inédito: em podcast, disponível no canal de Spotify da Dimenti.
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OUÇA AQUI: Podcast “Biblioteca de Dança” |
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